A entrada, de maneira geral, envolve o pagamento à vista de 30% do valor do imóvel. Assim, a alta nos preços dos imóveis representa também um aumento no seu valor, podendo inviabilizar a compra.
Levantamento recente feito pelo site Quinto Andar e divulgado no fim de abril de 2024, mostra bem essa realidade. Segundo dados divulgados na plataforma, o preço dos imóveis à venda subiu em pelo menos três capitais do sudeste do Brasil. No caso, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
Na capital mineira, o aumento foi de 6,67% no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2023. O preço médio de imóvel foi para R$4,8 mil o metro quadrado. Por sua vez, nas capitais fluminense e paulista, a alta foi de 12,53% e 3,73%, respectivamente, no período. Além disso, houve aumento para R$ 5,4 mil e R$ 7,1 mil o metro quadrado, nas duas cidades.
Essa alta dificulta a compra do imóvel em muitos aspectos. Pelas formas mais usadas de financiamento, além de ter crédito para conseguir fazer o parcelamento, é necessário pagar a entrada. De forma geral, a entrada equivale um valor entre 20% e 30% do valor total do imóvel, que devem ser pagos para o banco no ato da compra.
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Dessa maneira, aumentando o valor total dos imóveis, aumenta-se também o valor médio da entrada. Um imóvel de R$200 mil, por exemplo, exigiria uma entrada entre R$40 mil e R$60 mil.
Considerando o atual cenário, um imóvel de R$200 mil é considerado "barato", próximo do valor praticado no Minha Casa Minha Vida. Isso dá uma ideia importante do impacto da entrada na compra de um imóvel, mesmo aquele considerado "popular".
Valores como de R$40 mil a R$60 mil é bastante alto, dentro da realidade da maior parte das famílias brasileiras. Por isso, programas como o Morar Bem, de Pernambuco, que paga parte da entrada às famílias para aquisição de imóvel, são importantes.
Mesmo quem não tem acesso a programas como este têm alternativas de comprar imóvel sem pagar entrada. Aqui, falamos de algumas delas, explicando algumas de suas características.
A primeira alternativa de compra de imóvel sem dar a entrada é o Minha Casa Minha Vida. Por do maior programa habitacional do Brasil, é possível financiar até 100% do valor imóvel urbano ou rural. Ele depende da faixa de renda da família, organizada em 3 faixas possíveis de financiamento.
Nas áreas urbanas, o Minha Casa Minha Vida inclui famílias que ganham até R$8 mil de renda mensal bruta. Já nas áreas rurais, são elegíveis famílias com renda anual bruta de até R$96 mil, equivalente a R$8 mil mensal.
É preciso ter atenção em dois detalhes importantes. O primeiro deles é que para participar do Minha Casa Minha Vida, é preciso ter em vista como participar do programa. Cabe procurar os editais e empreendimentos, além de conferir condições e detalhes junto aos bancos, sobretudo a Caixa Econômica Federal.
O segundo é que existem prós e contras. Se por um lado é possível financiar o imóvel 100%, sem necessidade de entrada, por outro o valor do financiamento aumenta, além do número de prestações e juros.
O consórcio também é uma alternativa para compra de imóvel sem pagar valor de entrada. O consórcio é basicamente quando um grupo de pessoas que têm um interesse comum. Aqui, é a aquisição de uma moradia.
As pessoas no referido grupo, então, passam a pagar uma parcela mensal. O valor total e as parcelas são administrados profissionalmente por uma pessoa jurídica. Pode ser, por exemplo, uma empresa especializada nos consórcios.
Todos os meses, há um sorteio de pelo menos uma “carta de crédito”. Trata-se de um documento que dá direito à compra do bem à vista. Com ela, a pessoa continua pagando o consórcio, mas adquire o imóvel de forma antecipada. Para aumentar as chances de ganhar a carta, é possível fazer “lances”.
Aqui, também, há vantagens e desvantagens. Além de não exigir entrada, o consórcio para imóveis têm juros menores. Contudo, pode haver cobrança de taxas, como de fundo de reserva. Mas também, no pior cenário, a pessoa só irá ter o imóvel ao fim do prazo do consórcio, que pode ser uma demora de vários anos.
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